quinta-feira, 26 de agosto de 2010

...Brincando também aprendemos...

No meu trabalho estou sempre vivenciando experiências envolvendo mídias e tecnologias.
Algumas dessas experiências vivenciadas merecem mais destaque. Aqui vou relatar uma delas: Nosso NTE mantinha atendimento a comunidade três dias por semana sendo um dia para jogos, correio eletrônico, chat e dois para consulta, digitação de pequenos trabalhos e impressão dos mesmos.
No dia destinado aos jogos, tínhamos uma grande concorrência de crianças. Quando iniciamos esta atividade, elas nem sequer conheciam a máquina (visto que eram na sua maioria crianças das vilas que rodeiam o NTE). Observamos que elas chegavam com medo de estragar a máquina, com receio de dizer que não sabiam interagir com ela.
Com paciência e dedicação, em poucos dias elas já dominavam os mecanismos de manuseio dos computadores.
Pessoalmente defendo o uso de jogos pelos pequenos aprendizes. Para eles jogar é coisa séria.
No meu entendimento, através dos jogos eles estão buscando e criando estratégias que são armazenadas em suas pequenas mentes e que depois servem como fonte de recursos para se defenderem na vida.
Com essas artimanhas desenvolvidas através dos jogos, eles são capazes de gerir os problemas enfrentados na vida real.
Mas, como tudo na vida, após vencerem a fase dos jogos, eles começam a querer aprender mais, pedindo para entender como é que se busca na Internet assuntos relacionados aos seus interesses.
Alguns deles começaram a ir para o NTE para ficar lendo sobre os assuntos que seus professores estavam trabalhando em sala de aula. Outros, não contentes somente com a leitura imprimiam alguns trechinhos sobre o liam.
Ainda tivemos crianças que aprenderam as ferramentas do editor de texto Word e do Paint.
Muitas delas representavam, através de desenhos feitos neste último software, o resultado de suas leituras.
Com base nisto, defendo o uso do computador por crianças, desde que a máquina não seja o único instrumento colaborativo para que a aprendizagem se concretize.
Na educação a máquina deve ser vista como um meio e não como um fim.
Educar com amor e respeito ao tempo de cada aprendiz gera crianças dóceis, amáveis, seguras e muito interessadas em descobrir novos caminhos para seu crescimento.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Comunidades Virtuais de Aprendizagem


As Comunidades Virtuais de Aprendizagem representam uma forma de ensinar e aprender que favorece a educação dos alunos.
Fica claro que as comunidades virtuais de aprendizagem nos remetem para uma abordagem construcionista do conhecimento, pois os participantes destas têm as construções mentais apoiadas por construções concretas, cujo protótipo pode ser mostrado, discutido, examinado, sondado e admirado. Desta forma, o conhecimento trabalhado ganha sentido pelo aluno processando-se na forma de uma espiral crescente de aprendizagem, adquirindo simultaneamente habilidades e competências.
Através das comunidades virtuais de aprendizagem os estudantes têm a oportunidade de estreitar os laços de confiança fazendo com que esta comunidade tenha mais chances de se desenvolver.
A aprendizagem através das Comunidades Virtuais é vitalícia, ativa, significativa, é contínua e não acabada, pois existem as trocas de conhecimento e experiência circulando na rede de comunicação que se forma, permitindo ainda que a educação se torne interdisciplinar e interinstitucional.
Nas comunidades virtuais de aprendizagem o ambiente assume uma nova organização buscando superar as fragmentações disciplinares incentivando a contextualização, pois os instrumentos de comunicação se encontram em sintonia com a criação de práticas interdisciplinares e com a busca de relações dialógicas entre professores e alunos.
O membro da Comunidade Virtual de Aprendizagem se transforma ao participar nela e, como as Comunidades Virtuais de Aprendizagem são portadoras de um novo paradigma de pensamento, sentimento e ação seus membros têm uma alta probabilidade de adquirir não só os conhecimentos que foram buscar como também uma nova maneira de pensar, sentir e atuar consoante com esse paradigma.
Numa comunidade virtual os integrantes estão imersos no ciberespaço, e as relações sociais são diferentes das que ocorrem na vida real. O espaço e o tempo são desmaterializados, não são mais fatores que prendem as pessoas à sua localidade ou ao seu tempo. O ciberespaço surge como um espaço transnacional, sem barreiras ou demarcações geográficas.

Refletindo sobre televisão...

A televisão oferece programas variados, mas que não têm como objetivo a liberdade de escolha do telespectador. Dizendo mais, não é propósito dos dirigentes dos programas televisivos tornar o telespectador um indivíduo pensante. Geralmente as informações são manipuladoras, tendenciosas e, o que me parece pior, nos telejornais, somos obrigados a escutar e ver somente o que querem que vejamos. As reportagens que vão ao ar têm que ter VT, por exemplo, para que tenham valor de apresentação.
O sensacionalismo é o ponto forte de outras emissoras. Fazendo das tragédias um fato muito importante, sendo usado para distrair a atenção das pessoas dos reais problemas que o país enfrenta.
Vejo o telespectador como um ser passivo, que é dominado pela mídia. Não por vontade própria, mas sim por imposição massificadora.

Mudança na sala de aula...

Sem sombra de dúvidas posso afirmar que a internet propicia novas possibilidades de organizar as aulas. Nela encontramos muita informação, sites como o Portal do Professor, o Educarede, o Rived, bibliotecas virtuais, e muito mais. Temos também as comunidades virtuais de aprendizagem, os ambientes virtuais de aprendizagem e ainda os novos ambientes virtuais de aprendizagem que são para serem usados por equipamentos móveis como os smartphone, celulares com tecnologia 3G, etc.
Os professores devem organizar-se para enfrentar as mudanças. O meio mais simples e gratuito para enfrentar o turbilhão de mudanças que tem nos assolado é a reciclagem oferecida nos NTE. Lá são oferecidos desde cursos básicos de informática educativa até cursos do MEC onde podem apropriar-se dos conhecimentos disponíveis na Web para melhorar seu desempenho como educadores.
Sou uma eterna defensora da capacitação continuada dos educadores. Nada se consegue na educação se não for através dos educadores. De nada adianta termos escolas equipadas com tecnologias de ponta, se não houver o investimento no professor. Até acho que se os gestores destinassem um tempo dentro da carga horária do professor para que o mesmo se reciclasse ou se capacitasse nas TIC, faríamos a mudança tornar-se possível.

“Nem tanto ao céu nem tanto a terra”

Quando falamos em mídias e tecnologias em uso na educação devemos ponderar o nível de utilização. Não podemos condenar o uso do computador ou do celular, por exemplo, mas também não devemos usar estes recursos indiscriminadamente. O uso das mídias e das tecnologias deve ser feito da mesma forma que devemos usar as medicações em um doente. Devemos usar dozes certas para cada tipo de estudante, sempre pensando em como melhorar seu desenvolvimento social, afetivo e intelectual.
Outro ponto a ser analisado é de que se faz necessário prepararmos o estudante para saber filtrar os conhecimentos úteis, discernir sobre o que serve e o que não serve para si quando está utilizando uma mídia ou uma tecnologia. Se conseguirmos isso, as pessoas poderão usar qualquer tecnologia ou mídia sem correr o risco da dependência e da massificação.
As novas mídias são capazes de formar novas opiniões, manipular resultados, influenciar nas opiniões já formadas, facilitar nossa vida, tornar mais rápida a transmissão do conhecimento e proporcionar a globalização.
As mídias e tecnologias são as grandes aliadas dos educadores de hoje.
De forma clara estamos vendo como o uso das tecnologias e das mídias facilitam o trabalho docente e também dos estudantes. Elas transformam nossas aulas e nossas salas em ambientes prazerosos de estar e participar.
Com o uso das tecnologias e das mídias na educação estamos contribuindo na formação total dos estudantes, melhorando seu rendimento e facilitando sua aprendizagem.
Desta forma teremos cidadãos conscientes do seu papel na sociedade, prontos para interagir com outras pessoas, decididos e capazes.

Inclusão Digital ... ao alcance das nossas mãos!

Neste momento muito se fala sobre inclusão, especialmente nas escolas. Os educadores estão, aos poucos, se preparando para fazer da escola um lugar adequado a todos. Quando falo todos, me refiro aos indivíduos tidos como normais e aos com necessidades especiais, independentemente de posição social, idade, sexo ou cor da pele

Esta ação é deveras difícil e lenta, visto que muitos dos que trabalham com a educação ainda não estão preparados para lidar com isso.

No que diz respeito à “inclusão digital”, esta expressão significa “ato ou efeito de inserir os indivíduos na era digital,...” entre tantos outros sentidos que podemos dar a ela.

Segundo cita o Prof. Antonio Mendes da Silva Filho em um artigo publicado na Revista Espaço Acadêmico – Ano III – N 24 – Maio de 2003, para que a inclusão digital se concretize é necessário que se dê atenção a três pilares que sustentam esta ação: TIC’s, renda e educação. Estes pilares representam um alicerce, uma base segura para a efetivação deste intuito.

As TIC’s (Tecnologias da Informação e da Comunicação) trazem melhorias, modernização, melhor aproveitamento do tempo dos indivíduos bem como maior socialização e troca.

A renda dos cidadãos interfere diretamente na inclusão digital: sabemos que o acesso à tecnologia ainda é caro. Temos consciência de que a maior fatia da sociedade brasileira está representada por indivíduos que têm pouco ou nenhum poder aquisitivo. Esta situação dificulta o acesso às TIC`s.

Concluo, então, que é através de ações governamentais, utilizando a educação, que estaremos contemplando uma parcela maior da sociedade com a inclusão digital.

Através da Escola conseguimos atingir não somente a criança e o jovem, mas também suas famílias. Uma vez o governo tenha e mantenha equipados os Laboratórios de Informática Educativa as equipes gestoras poderão propor projetos que contemplem o atendimento às suas comunidades oportunizando o acesso à Internet, bem como o uso social das máquinas.

Outro aspecto importante é a capacitação, não só dos professores da Rede Pública de Ensino (como já vem sendo feita nos Núcleos de Tecnologia Educacional), mas também dos jovens educandos dos Cursos de Magistério através da Disciplina de Informática Educativa ministrada por professores especialistas.

Educador...

Vivemos num mundo globalizado. É inadmissível que continuemos a agir e pensar como se essa não fosse a nossa realidade.

Como educadores que somos temos a obrigação de entendermos isso e fazer com os outros entendam.

Como podemos permitir que nossas crianças e jovens continuem recebendo um amontoado de informações sem ao menos terem a chance de discordar? Como podemos compactuar com a massificação quando necessitamos esbravejar e expor as nossas idéias?

Uma sociedade globalizada exige de seus integrantes posições críticas e justas, pensamento rápido e inteligente, capacidade de escolha e habilidade na comunicação.

Para isso precisamos estabelecer mudanças no ato de ensinar e aprender. Essa tarefa cabe a nós educadores. Então, o que estamos esperando? Arregacemos as mangas e comecemos a trabalhar!

Primeiramente necessitamos nos reciclar, participando de capacitações, de grupos de estudo e discussão; observar o comportamento do nosso alunado traçando metas e definindo ações que contemplem seus anseios. A mudança de paradigmas deve começar por nós que somos os educadores, para depois atingir nossos alunos e indiretamente toda a sociedade.